
O tracoma é endêmico em regiões muito pobres da África do Norte, no Oriente Médio, no subcontinente indiano, na Austrália e no Sudeste Asiático. O agente etiológico é a Chlamydia trachomatis (sorotipos A, B, Ba e C).
O tracoma geralmente afeta ambos os olhos. O sistema de graduação da OMS descreve cinco estágios.
Inflamação tracomatosa intensa (TI): caracterizada por um espessamento inflamatório pronunciado da conjuntiva tarsal obscurecendo mais da metade dos vasos tarsais profundos normais
Cicatrizes tracomatosa (CT): caracterizada pelas cicatrizes na conjuntiva tarsal
Triquíase tracomatosa (TT): caracterizada por pelo menos um cílio friccionando o globo ocular
Opacidade da córnea (OC): caracterizada pela opacidade da córnea facilmente visível na pupila
Raramente a neovascularização da córnea regride completamente sem tratamento e a transparência corneana é restaurada. Com tratamento e cura, a conjuntiva se torna lisa e branca-acinzentada. Problemas de visão ou cegueira ocorre em 5% das pessoas que contraem tracoma.
O diagnóstico do tracoma normalmente é clínico porque testes raramente estão disponíveis em áreas endêmicas. Folículos linfoides na porção tarsal ou ao longo do limbo corneano, cicatriz conjuntival linear e pannus corneano são considerados diagnósticos em uma avaliação clínica adequada.
Se o diagnóstico for incerto, C. trachomatis pode ser isolado em cultura ou identificado por PCR e técnicas de imunofluorescência. No estágio inicial, a presença de pequenos corpos de inclusão citoplasmáticos basofílicos em células epiteliais conjuntivais, em raspados conjuntivais corados com Giemsa, diferencia o tracoma da conjuntivite não causada por clamídia. Os corpos de inclusão também são encontrados na conjuntivite de inclusão do adulto, mas o desenvolvimento do quadro clínico a distingue do tracoma.
– O programa SAFE (cirurgia, antibióticos, limpeza facial, melhoria ambiental) em áreas endêmicas.
A Organização Mundial da Saúde aprovou um programa de 4 etapas para o controle do tracoma em áreas endêmicas. Esse programa é conhecido como SAFE e significa:
Cirurgia para corrigir as deformidades palpebrais (p. ex., entrópio e triquiase) que colocam os pacientes em risco de cegueira;
Antibióticos para tratar pacientes individuais e administração de fármacos em massa para reduzir a carga da doença na comunidade;
Limpeza facial para reduzir a transmissão a partir de indivíduos infectados;
Melhoria ambiental (p. ex., acesso à água potável e saneamento melhorado) para reduzir a transmissão da doença e reinfecção dos pacientes.
Deixe o Seu Comentário